Espaço pequeno mas agradável, localizado no centro de Montemor-o-novo, no Alentejo, junto à autoestrada A6, o que permite um fácil e rápido acesso. Se a moda pegar, poderemos vir a ter uma "Mealhada-a-Nova”.
O restaurante é gerido por Miguel Dominguinhos, um jovem escanção que cresceu neste meio dos restaurantes e que decidiu recuperar o espaço onde tinha sido o Bar Alentejano, criando assim o “Poda”.
Uma sala com cerca de 40 lugares, com uma carta que vai variando, mas cuja matriz é alentejana, procurando recuperar receituário antigo, apostando em produtores locais, servido tradição e perpetuando assim a cultura de uma região. O espaço conta com consultoria gastronómica do Chef João Narigueta.
A carta de vinhos é simpática, primeiro com os produtores locais de Montemor, seguido de uma lista de produtores da região do Alentejo, terminando com as escolhas do escanção, com propostas de outras regiões portuguesas, terminando com algumas propostas de fortificados, em particular Moscatel de Setúbal e Porto.
Nesta minha segunda visita tive oportunidade de provar alguns pratos novos e de reprovar outros que rapidamente se estão a tornar clássicos da casa.
Sopa de Mogango
Mogango é uma abóbora de inverno, sendo esta sopa com acompanhada de feijão e cenoura. Densa, rústica, saborosa, típico prato de campo, substância e conforto.
Coelho à São Cristóvão
Prato frio, uma receita local tradicional, coelho grelhado inteiro na brasa, desfiado, temperado depois com azeite, vinagre de vinho branco, alho, e claro, coentro para terminar, servido em cima de umas finas fatias de pão torrado. Um prato da casa que já é um dos ícones da casa.
Escabeche de peixe do rio
Servido morno, vinagre presente sem excessos, para dar frescura e aroma, muita cebola roxa, acompanhado de pão frito. Uma confecção tradicional feita com produtos locais, uma boa entrada.
Bife à Poda
Acém Redondo, paleta de presunto e batata à rodela. Bife tenro, no ponto (médio-mal), com as finas fatias de paleta de presunto, batata estaladiça, temperada com ervas, e o molho de alho. Carne local. Um bife com personalidade.
Iscas de Vaca
Vitela de produção local, cebola roxa de Montemor, batata, alho. Iscas muito bem confeccionadas, levemente rosadas no interior, com suculência e um molho muito equilibrado entre o azeite e o vinagre. A batata foi levemente corada, criando uma ligeira crosta, que lhe confere mais textura e mais sabor.
Enxovalhada
Erva doce, canela, mel, nozes e passas. Uma espécie de folar, feito com os restos da massa do pão, banha de porco, e o que houvesse disponível. Muito saboroso, diferenciado, um simples mas belíssimo final de refeição.
As harmonizações foram feitas com o espumante Joaquim Arnaud Super Reserva, um espumante da sub-região de Monção e Melgaço, um espumante seco, fresco, com finesse, um todo-o-terreno que ligou muito bem com o coelho, com o escabeche e com as iscas.
Um espaço que recomendo e ao qual espero regressar em breve.